Se joga no cinema: A Origem



“A Origem” é espetacular. Não é de hoje que se sabe que o trabalho de Christopher Nolan é fantástico. Nolan já é devidamente premiado com o Oscar ao lado de seu irmão, Jonathan, pelo roteiro original do inteligente “Amnésia” (2000). Além disso, Chris Nolan dirigiu o ótimo “Insônia”, com atuação magistral de Al Pacino, mas atingiu seu ápice ao ressuscitar a saga “Batman”. Através de um roteiro conciso e de uma cinegrafia muito fiel à obscuridade dos quadrinhos clássicos, Batman Begins alcançou sucesso mundial e somou mais de US$ 200 milhões de dólares em arrecadação. Em seu segundo filme com o homem-morcego, Nolan escolheu o queridinho dos jovens Heath Ledger para o papel outrora de Jack Nicholson. O suicídio acidental do ator por abuso de medicamentos atraiu ainda mais atenção ao filme, que ostenta o título de 6ª maior bilheteria mundial de todos os tempos segundo o IMDB, com mais de US$ 1 bilhão arrecadados. Estes fatores viraram os holofotes ao roteirista e diretor e “A Origem”, assim como ganhar publicidade, herdou uma responsabilidade imensa.


Para seu thriller sci-fi/suspense psicológico, Christopher Nolan não se contentou com pouco, e escolheu alguns dos atores e atrizes com maior projeção no momento. E a química de tantos atores e atrizes renomados, a despeito de desconfianças, funcionou. Leonardo di Caprio assume o papel de protagonista novamente, e não decepciona como o especialista em espionagem corporativa Cobb. Atormentado pelo fantasma de sua esposa, Mal, interpretada pela oscarizada Marion Cotillard, Cobb é um anti-herói inacreditável. Ellen Page, do ingênuo-porém-bonitinho Juno, enleva o papel de Ariadne, uma estudante de arquitetura de destaque que passa a trabalhar para Cobb. Ken Watanabe reforça sua posição de melhor ator oriental da atualidade, enquanto Joseph Gordon-Lewitt, após o ainda mais ingênuo-porém-bonitinho 500 dias com ela, garante boas cenas de ação e se candidata a galã da geração geek.

“A Origem” traz a tona a discussão um tanto quanto filosófica do limiar que separa sonhos da realidade. O roteiro é rápido e ágil, algo fundamental para um filme de quase 150 minutos de duração e com um tema tão árido. As competentes direção de som, de Richard King, e mixagem de som, de Gary Rizzo e Lora Hirschberg, também merecem destaque. A solicitada tensão causada pelos efeitos sonoros chega a incomodar alguns espectadores, mas garante que o filme não perca o ritmo em momento algum. É previsível que “A Origem” seja indicado ao Oscar ao menos nas categorias consideradas “técnicas”. Mas eu não duvido que o filme alcance a nomeação ao prêmio máximo de Hollywood. Bem bolado e bem construído, “A Origem” é um filme imperdível.


LUXO: Atuações, roteiro, e som como não se via há tempos.
LIXO: Pequenas inconsistências no enredo, que não chegam a comprometer o filme, mas são claras.
Balanço Geral: Se joga na diversão, e corra imediatamente aos cinemas!

Passeando pela web, achei no ‘Rope of Silicon’ esse vídeo bem bacana a respeito dos efeitos sonoros usados no filme. Sem dúvida, sensacional.

Sobre franciskinder

Olá! Eu sou o Francis Kinder, 30 anos, economista pela Universidade de São Paulo e Mestre em Negócios Internacionais na Universidade do Minho, em Portugal. Tenho experiência em pesquisa macroeconômica, economia agrícola e finanças. Moro em Berlim e cubro diversas áreas, de economia, política e negócios a viagens, comportamento, direitos humanos e ficção.
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